sexta-feira, 26 de março de 2010

Fé ou Obras?

Tiago e Paulo sobre a justificação

David N. Steele & Curtis C. Thomas


Através da história da Igreja houve dois pontos de vista opostos quanto ao modo em que os pecadores são justificados, isto é, como são feitos justos diante de Deus e, portanto, declarados aceitos por Ele.
Um dos pontos de vista ensina que a justificação é pela fé somente, sem as obras da lei. Os pecadores são declarados justos e, portanto, justificados, somente em relação com a justiça de Cristo, a qual lhes é imputada no momento em que crêem nele. A salvação é pela graça, mediante a fé, e em nenhum sentido pode ser o resultado ou depender das boas obras do pecador. Os atos de obediência pessoais não garantem, nem acrescentam nada à justificação, pois esta se baseia unicamente na justiça que Deus outorga livremente a todo aquele que crê.

O outro ponto de vista ensina que os pecadores, para serem justificados, devem fazer algo mais do que crer em Cristo, devem prestar obediência pessoal a lei de Deus. Assim, é declarado que a justificação é pela fé mais as obras. O pecador se faz aceito por Deus sobre a base de que o que ele crê equivale ao que ele faz, e não sobre a única base do que Cristo fez em seu favor. Unicamente pode beneficiar-se da obra salvadora de Cristo crendo no Evangelho e obedecendo a lei de Cristo. Um sem o outro não vale para fazer o pecador aceito por Deus. Deus requer ambas as coisas, fé e obra, daquele a quem justifica.

Os advogados destas duas escolas de pensamento apelam para as Escrituras para sustentar os seus pontos de vista. Os primeiros fazem suas as palavras de Paulo, em Rm 3:28, como exposição de sua opinião: “concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.” Os segundos citam as palavras de Tiago como prova de sua doutrina da justificação pela fé mais as obras: “verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tg 2:24). À primeira vista estas duas declarações parecem ser contraditórias. Devemos dar razão a Tiago e rejeitar Paulo, ou o inverso? Ou podem ser reconciliadas ambas as declarações?

O propósito deste apêndice é mostrar que este conflito é apenas aparente e não real. Quando os dois versículos (Rm 3:28 e Tg 2:24) são lidos em seu próprio significado, de fato, apresentam-se como complemento um do outro, em lugar de contradizer-se. Ambas as declarações são corretas quando compreendidas no sentido em que os seus autores desejaram que fossem entendidas. O pecador é justificado pela fé, sem as obras da lei, como Paulo afirma e, todavia, o pecador salvo é justificado pelas obras, e não pela fé somente, como disse Tiago. Para compreendermos como isto pode ser possível, devemos examinar os dois versículos em seu contexto.

O propósito de Paulo em Rm 3:9-5:21 é mostrar que o pecador culpado, que não possui justiça própria, todavia, pode obtê-la por meio da fé em Jesus Cristo. No momento em que o pecador crê, lhe é outorgado a justiça de Cristo, e conseqüentemente, é declarado justo (é justificado) por Deus. A base da justificação do pecador diante de Deus é a justiça de Cristo que lhe é imputada, e o meio pelo qual esta justiça é recebida, é a fé somente. O ponto que Paulo deseja estabelecer é que os pecadores são aceitos por Deus, pela fé em Cristo, aparte de todo mérito pessoal. As obras do homem não têm nada a ver com a sua justificação diante de Deus. É neste contexto que o apóstolo declara: “concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3:28).

O objetivo de Tiago é completamente diferente. O propósito de sua carta é mostrar como deve viver o cristão diante dos homens. Deve ser praticante da Palavra, e não apenas ouvinte, para que não engane a si mesmo (1:22-25). Este é o tema que é enfatizado no decorrer de toda a epístola. Em 2:14-26, Tiago demonstra que a fé que não produz obras é morta e não pode salvar. Ninguém pode pretender que tem fé se ela não pode ser provada com evidências. Em 2:14 pergunta: “de que aproveitará se alguém disser que tem fé, e não tem obras? Poderá semelhante fé salva-lo?” A resposta, naturalmente, é não! Observe a afirmação que Tiago faz em 2:18: “mostra-me a tua fé sem obras, e eu te mostrarei a minha fé por meio das minhas obras”. Ele deseja que os seus leitores vejam que uma fé não pode ser justificada (provar a sua genuinidade por seus frutos) ante os homens, é falsa, não podendo ser real; é uma mera profissão sem valor algum. É neste contexto que a declaração de Tiago se refere à necessidade das obras em relação à justificação. “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (2:24). Está falando de um Cristianismo justificado diante dos homens por meio de suas obras, enquanto Paulo em Rm 3:28 se refere ao pecador que é justificado diante de Deus aparte de suas obras. Calvino expressou ambas as idéias quando escreveu: “é a fé somente que justifica, mas a fé que justifica nunca pode vir só.” Paulo se ocupa com a primeira destas duas idéias em Rm 3:28, enquanto Tiago da segunda, em 2:24, mas uma não contradiz a outra.

J.I. Packer acerca dos vários usos bíblicos da palavra “justificar” disse que “em Tiago 2:21, 24-25 faz referência a prova da aceitação do homem por parte de Deus, a qual é outorgada quando as suas ações mostram que leva a classe de vida que resulta da fé que opera, a qual Deus imputa justiça.”

“A declaração de Tiago de que o cristão, que semelhante a Abraão, que foi justificado pelas obras (vs. 24), não é contrária a insistência de Paulo de que o cristão, e que semelhante a Abraão, é justificado pela fé (Rm 3:28; 4:1-5), mas que se complementa. O mesmo Tiago cita Gênesis 15:6 exatamente com o mesmo propósito que o faz Paulo: mostrar que foi a fé que fez Abraão justo (vs. 23; cf. Rm 4:3ss., e Gl 3:6ss.). A justificação que concerne a Tiago não é a aceitação original ou primária do crente por parte de Deus, mas a subseqüente reivindicação de sua profissão de fé por seu modo de viver. Assim pois, não é em conceito, mas na conclusão que Tiago difere de Paulo.”

Extraído de Romanos un Bosquejo Explicativo, TELL, 1967, pp. 163-166.
Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki

quinta-feira, 18 de março de 2010

Casamento: Céu ou Inferno?

Casamento: Céu ou Inferno?


Infelizmente, muitos casais entram nesse relacionamento, considerado um dos mais íntimos que existe, com pouca, ou mesmo nenhuma idéia de como ele foi idealizado a fim de que funcionasse. Eu me casei somente para me ver livre de minha família, ter uma casa que fosse realmente minha e ser independente. Admitiu uma jovem chamada Jane.

Meus pais tentaram tirar tal idéia da minha cabeça, mas, sabe como é... a gente sempre acha que sabe mais do que os outros. Jane pensou que agindo daquela forma, estaria rompendo com seus pais. Na realidade, seu casamento aconteceu de forma de provar que estava certa. Mas, ela falhou em desenvolver laços profundos com o marido. Após seis meses de casada, eu já havia descoberto que tudo havia sido um erro. Mesmo antes que meu bebê nascesse, disse ela. Pouco tempo depois, seu casamento dissolveu-se.

Os nomes mudam, as circunstâncias variam, mas a tragédia é a mesma. Tendo em vista o número total dos novos casamentos que estarão sendo realizados nos Estados Unidos, sabe-se que por volta de metade deles, eventualmente, terminarão em divórcio. Por que? Um líder Cristão afirmou: Todos os aconselhamentos que faço na área familiar e conjugal, têm suas causas em um dos três problemas abaixo:

Falha no deixar os pais.
Falha no entrosar-se com o cônjuge.
Falha no desenvolver um relacionamento de unidade entre o casal.

Deixar. Entrosar. Desenvolver Unidade. O profeta Moisés, o Senhor Jesus Cristo e o apóstolo Paulo, todos eles utilizaram esses conceitos para descrever o plano de Deus para um casamento bem-sucedido. O casamento implica em deixarmos nossos pais e nos unirmos ao nosso cônjuge, formando assim uma unidade exclusiva entre um homem e sua esposa.

Primeiramente, a Bíblia ensina-nos que o casamento é uma íntima comunhão. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gn 2.24).

Casamento implica em deixar pais e unir-se a seu cônjuge, resultando em uma união totalmente nova e íntima, a qual deve perdurar durante toda a vida.

A unidade no casamento deve existir em vários níveis. Inicia-se no plano espiritual: um casal é unido pelo amor que nutre por Cristo e um pelo outro. O que também propicia uma união em termos intelectuais, volitivos, emocionais, sociais e físicos.

Em segundo lugar, a Bíblia ensina que o casamento cristão é uma união exclusiva, pura, imaculada. Marido e esposa são, não mais dois, mas um. Ninguém mais poderá desfrutar de tal relacionamento da maneira como eles o partilham. A Bíblia afirma: "Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mc 10.9).

O casamento, aos olhos de Deus, representa um passo muito importante. É a união de toda uma vida - corpo, alma e espírito - à outra pessoa. Tal comprometimento exclui todo e qualquer envolvimento de "terceiros". A Bíblia deixa bem claro ao afirmar: "Não adulterarás" (Ex. 20.14)

O casamento, do ponto de vida de Deus, é absolutamente exclusivo, uma vez casado, sua afeição pertence a seu cônjuge. Não há lugar para imoralidade sexual, jogos ou flertes com outros. Por quê? Porque tais atitudes destroem a tudo quanto o casamento se propõe e significa. Em terceiro lugar, a Bíblia também ensina que o casamento é uma união simbólica, uma linda metáfora de Cristo e a igreja. Da mesma forma que o marido e sua mulher são uma só carne, assim também Jesus Cristo é um espírito com sua igreja. A mulher deve relacionar-se com seu marido, como a igreja com Cristo. Devo amar minha esposa da mesma forma que Cristo amou sua igreja. Tal simbolismo eleva o casamento à sua mais alta dimensão.

O casamento cristão é realmente um triângulo: o homem, a mulher e Cristo. Minha esposa, Pat, entregou sua vida a Jesus quando tinha oito anos de idade. Eu tinha doze anos quando fiz a mesma decisão. Unimos nossas vidas na presença do Senhor. Ele é a terceira pessoa de nosso casamento e quem nos mantém juntos, levando-nos cada vez mais próximos um do outro à medida que nos aproximamos mais dele. Deus também fará o mesmo por você!

Fonte: Revista Lar Cristão.

A Chegada - Parte 35 - Final

A Chegada - Parte 35 - Final

Grande capítulo dessa série que está dando o que falar...


sexta-feira, 5 de março de 2010

Bem Aventurado

Bem Aventurado

Santa Geração

Bem aventurados os humildes
Porque deles é o reino de Deus.
Bem aventurados os que choram
Porque serão consolados.

Bem aventurado eu quero ser!

Bem aventurados são os mansos
Porque herdaram a terra.
E os que têm fome e sede de justiça
Porque serão saciados.

E os misericordiosos alcançaram misericórdia.
Os que confessaram os seus pecados
Verão a face do Senhor.

Bem aventurado eu quero ser!

Bem aventurados são os pacificadores
Sobre os quais esta o nome do meu Deus.
Bem aventurados os que sofrem por meu nome
Grande é o seu galardão no céu, lá no céu.

Bem aventurado eu quero ser!

Trocas-te o meu pranto por óleo de alegria
Hoje eu sou um bem aventurado.
O meu cálice transborda.
Transformas-te água em vinho
Transformas-te a minha vida.